Nova Iorque 1/2

 

Make it Beautiful


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Começar o ano de 2019 com uma viagem a Nova Iorque só pode ser um bom presságio para o que este ano me reserva (hope so). Os mais atentos no instagram foram acompanhando passo a passo estes dias de ócio criativo pelas terra do tio Sam. A primeira vez que fui a Nova Iorque era Verão tinha 10 anos e acho que aí tive um choque cultural brutal porque na verdade nunca tinha estado num sítio tão diferente do que conhecia e, ao mesmo tempo, tão próximo por tudo o que via nos filmes. A sensação de liberdade foi tal que sabia que vestisse eu o que vestisse ninguém iria reparar em mim. Havia uma normalidade anormal em assumir-se a individualidade de cada um, estávamos nos anos 90 e isso não acontecia em Portugal . Creio que foi a grande lição desses tempos e que, confesso, recordo com carinho até hoje. Anos mais tarde voltei num contexto diferente porque fui no Natal e na passagem de ano mas aí ainda era miúda. Nunca mais tinha voltado a esta cidade em idade adulta e por isso esta viagem quase que soube a primeira vez.

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Não tive muito tempo para preparar grandes roteiros mas tinha no telemóvel uma nota cheia de sítios onde queria ir. Acho que não vi nem metade. Cheguei e apenas fomos passeando e desfrutando da cidade. Para o pico do Inverno tivemos muita sorte porque quase não nevou, não choveu e só no último dia é que fomos brindados por um frio gélido de -14º com sensação térmica de -24º que, ainda assim, não foi suficiente para nos fecharmos no hotel.

Adorei ter estado em Nova Iorque nesta altura do ano, mesmo com muito frio, consegue-se passear muito bem e confesso que gostei particularmente de não ver a cidade toda enfeitada para o Natal porque, apesar de em Dezembro ficar linda, nesta altura deu para ver a cidade mais crua e mais ao natural. No entanto para quem esteja a pensar neste destino creio que a melhor altura seja entre Abril e Junho porque os dias já estão bonitos e não está um calor insuportável e há, naturalmente, mais vida nos parques e nas ruas.

Como o objectivo deste espaço é partilhar as coisas que, para mim, são bonitas partilho convosco algumas imagens dos sítios por onde passei e que mais gostei, acreditem que não foi fácil escolher imagens entre as 5000 que tirei.

O meu top 10 de Manhattan

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1|Lower Manhattan

Soho, Nolita, Greenwich Village

É difícil alguém chegar a estas zonas da cidade e não perceber o ambiente espetacular destes lugares. É uma zona mais residencial mas também mais jovem, artística e boa onda. As lojas são maravilhosas assim como os restaurantes e há um espírito muito maior de comunidade. Vou mostrar-vos num outro post as lojas que mais gostei e vão ver como tenho razão.

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1|High Line

The park that almost wasn’t

É um dos sítios obrigatórios a ir. Quando andava na faculdade este era um dos projectos que tinha como referência. Se quiserem ver mais sobre este projecto espreitem no site e vejam o filme.

Basicamente é uma antiga linha de comboio que ia der destruída porque estava inactiva há uma série de anos, quando um grupo de jovens se lembrou que esta linha de comboios podia na verdade ser um parque público. Apresentaram a ideia e felizmente ganhou vida. Os arquitectos, Diller Scofidio+Renfro, dizem que quando subiram para ver o espaço encontraram um espaço com uma vida própria. A vegetação tinha crescido e na verdade já havia todo um submundo de espécies que haviam ocupado aquelas linhas. O trabalho deles era conseguir construir um percurso que mantivesse esta identidade e fosse um espaço para todos. Objectivo mais do que cumprido porque o que não falta na Hign Line são pessoas a passear e a correr.

fotografia

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2|Brooklyn Bridge

Best view of Manhttan skyline

Nunca tinha feito este percurso a pé e é bem giro. Vale a pena porque conseguem ganhar alguma distância de Manhattan e perceber a dimensão daquela cidade! É inacreditável a quantidade e arranha-céus que continuam a ser construídos. Confesso que tenho um mix feelings quanto a esta coisa que os americanos têm de destruir tudo com muita facilidade para voltar a construir do zero, esquecendo por completo o lugar, a histórias e as referências. É deles, é cultural e se, por um lado, pode ser mau em algumas situações outras há em que isso é espetacular! Adorava que a Câmara de Lisboa deixasse fazer isso em muitas construções dos anos 70/80…

Desta vez não consegui ir visitar Brooklyn mas foi com alguma pena. Não tinha tempo para conseguir estar com calma a visitar tudo o que queria por isso preferi nem ir e deixar para uma próxima vista.

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4|Times Square

the one and only

Acho que é, de todos os lugares imperdíveis na cidade, o mais turístico. Não há como não passar por lá e apesar de ser tudo “too much” é também encantador porque é NYC no seu estado puro.

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5|MoMA

museum of modern art

Nunca tinha estado num museu com tantas obras de arte que gostasse tanto. É absolutamente maravilho passear pelas galerias do MoMA. A arte moderna concentra-se toda ali naquele lugar. Eu já fui a muitos museus e gosto muito de muitos mas este… decididamente ficou no top! Tive muita pena de não ter ido ao Met mas foi propositado. Queria digerir bem tudo o que tinha visto no MoMA e para além disso queria ter um dia dedicado apenas ao Met ( que não tinha) por isso vai ficar para uma próxima visita.

6|Central Park

“and she will one day say yes”

É impossível não dar um passeio pelo Central Park. É talvez o único sítio onde conseguimos fechar os olhos e não ouvir as buzinadelas dos carros e o ambiente frenético da cidade. Uma curiosidade sobre este parque é que é o único sítio em NYC que preserva a topografia original da ilha. Os Holandeses quando chegaram arrasaram todas a inclinações e por isso é que a ilha é quase toda plana. O Central Park é o único sítio onde se conseguem ver alguns declives e algumas rochas originais.

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Uma outra curiosidade sobre o Central Park é que este espaço é tão importante para os Nova Iorquinos que é difícil haver alguém que não tenha uma história ou uma memória associada ao parque. Desde 1986 que é possível “adoptar” um banco e personalizar com uma mensagem. É engraçado ver as manifestações de amor e amizade que se vêm em quase todos os bancos.

7|Bryant Park & Public Library

Bryant Park é uma bolsa de oxigénio no meio de todos os arranha-céus que tem a particularidade de ser um dos sítios onde se consegue ver um pôr do sol maravilho entre os prédios. Claro que está que não vi pôr do sol nenhum porque nem o sol vi mas, garanto-vos que em dia bonitos, é um fenómeno engraçado, chama-se manhattanhenge. No Inverno o parque está coberto com uma pista de gelo para se andar de patins enquanto que no Verão está cheio de gente sentada e por vezes até metem uma tela gigante de cinema ao ar livre. Mesmo ao lado é também imperdível uma vista à Biblioteca pública, cenário de tantos filmes que já vimos.

8|Memorial 9/11

the past can’t be changed

Visitar aqueles buracos negros, e saber que tudo aquilo se viveu no nosso tempo é avassalador. Aquela tragédia não aconteceu num passado longínquo mas sim num passado recente. Saber que 3000 pessoas morreram a 11 de Setembro num dia normal como o de hoje é arrepiante. O Museu ajuda a construir a memória da tragédia daquele dia mas ajuda sobretudo a dignificar cada uma das vidas que ali foram tiradas. É mesmo bonito.

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9|Grand Central Station

american style

É considerada a maior estação ferroviária do mundo, com 44 plataformas e uma média 125 mil utilizadores por dia. É um marco importante da cidade e é gratuita a visita. Vale a pena passar para ver este tipo de arquitectura tão típica de Nova Iorque no início do século XX. Estava com esperança de ver um flash mob qualquer mas não tive sucesso =) vejam este.

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10|Lincoln Center

performing arts

Adorei o Lincoln Centre, que não é mais do que um complexo de edifícios de companhias artísticas cheio de pinta! Há sempre actividades para ver e fazer. Ainda passei pela Julliard School e vi alguns alunos a actuar (alguns espectáculos são gratuitos mas a maioria é pago). Acho que o mais próximo que temos em Portugal é na Gulbenkian.

Quem quer comprar bilhetes para os espectáculos na Broadway também pode comprar aqui e não tem de ficar horas nas filas, sobretudo em Times Square que é uma confusão.

China Town e Little Italy foram as minha desilusões. Lembrava-me bem de China Town mas tinha uma ideia muito positiva. Quando fui lá, já estava quase a anoitecer, mas não me senti muito segura e sinceramente não havia muito para ver, parece-me que se desvirtuou um pouco o bairro. Assim como Little Italy que eram sobretudo famílias italianas e o que na realidade vi foram espaços “italianos” ocupados por Chineses.

Espero que tenham gostado, no próximo post mostro-vos as lojas maravilhosas pode onde passei.